O Rei do Turismo

Por Amanda Michalzenski

Acadêmica do 7º semestre de Turismo

Este texto traz informações e curiosidades sobre o empreendedor que criou a empresa CVC. Sua capacidade, criatividade e esforço que conquistou para que sua empresa chegasse onde está hoje, ocupando um dos melhores lugares no mercado dentro do seu segmento.

Hoje em dia os acadêmicos, ou recém-formados têm o conhecimento teórico, mas as vezes encontram-se numa área de acomodação, pois não sabem ou não se encorajam a tomarem iniciativas.

Por isso histórias de sucesso como esta que venho expressar deve-se ser sempre destacadas para a conscientização das pessoas.E para que não tenham medo e ou receio de começar algo novo, ou então encorajar-se a expor suas ideias.

No curso de turismo é imprescindível para os acadêmicos desenvolver o empreendedorismo, aguçar sua criatividade e ter muita garra para desenvolver planos e projetos dentro de diversos seguimentos. Portanto o presente resumo justifica-se pela necessidade de estimular e incentivar o acadêmico de turismo a ter atitudes empreendedoras que coloquem seus planos a serem explorados dentro do turismo. Pois pequenas atitudes podem fazer a diferença.

Guilherme Paulus tinha 23 anos quando, em 1972, criou com um sócio a agência de turismo CVC. Quatro anos depois, comprou a outra parte e assumiu sozinho a empresa. Durante as décadas seguintes, Paulus fez da CVC a maior rede de varejo de turismo do país,hoje com 700 lojas próprias e parcerias com 8.000 agências que revendem seus pacotes.

No ano passado, a CVC faturou mais de 3 bilhões de reais e transportou 2,6 milhões de passageiros. Em 2009 vendeu dois terços das ações para um fundo de investimentoamericano Carlyle.Hoje Paulus tornou-se presidente do conselho de administração da cvc.Agora com 62 anos conta como foi sua trajetória. Começou como agente de viagem, com 23 anos já estava no seu terceiro emprego,quando foi designado para acompanhar um grupo de brasileiros num navio francês .

O navio ofereciasuas programações, que se enceravam  pouco depois das dez da noite.Como brasileiro é animado e não gosta de dormir cedo,resolveupromover um bingo.Depois de uns dias,até os franceses estavam participando. Inventou então gincanas,concurso de simpatia... e essa iniciativa impressionou muito um passageiro, o então deputado estadual Carlos Vicente Cerchiari.

O deputado o procurou e contou que queria abrir uma agência de viagens (CVC são as iniciais do nome dele) na sua cidade, Santo André, e  convidou Paulus para trabalhar lá. Paulus o respondeu dizendo que mudar de emprego não estava nos seus planos.E que gostaria de ter seu próprio negócio.

Depois de quatro meses de conversa o deputado ofereceu a ele um terço da sociedade, que ele poderia pagar com seu trabalho. Em 1976 quando foi criado o depósito compulsório, foi um baque a cvc. Ao explicar o problema para o deputado, o mesmo lhe deu a agencia de presente, e ele teve que se virar sozinho. As grandes empresas faziam turismo rodoviário, então era difícil competir com eles neste segmento, porque na agencia de Paulus não tinha ônibus. Para economizar com aluguel, Paulus inventou passeios de um dia para cidades próximas,ia e voltava no mesmo dia.

Não demorou muito para terem condições, e assim, com boas propostas começaram a fazer pacotes para alguns dias. A primeira delas foi para Blumenal em Santa Catarina.E assim,foi criando novas estratégias,uma quedeu muito certo foi vender  pacotes nas empresas do ABC paulista.

Pois os funcionários poderiam comprar e descontar na folha de pagamento. Isso o fez ter visão do quanto é bacana oferecer serviço de qualidade,mesmo em produtos econômicos. Para isso procurava apenas hotéis cinco estrelas e propunha ocupar metade das vagas do hotel em troca de descontos que iam de até 50%,pois pagavam tudo avista.

Outra ideia do empreendedor que também funcionou, foi incluir shows de alguns cantores famosos da época.Neste tempo passagens aéreas eram muito caras,então Paulus fez uma negociação  com a VASP, comprou num preço camarada 100 000 lugares,isso significava metade dos assentos da VASP. Foi uma iniciativa tão ousada que a noticia saiu até em um jornal francês.E dentro de seis meses todos os assentos já estavam vendidos.

O empreendedor então resolveu procurar destinos pouco visitados naquela época. Resolveu ir até Porto Seguro na Bahia, onde a história do brasil começou. E surge a ideia de promover excursões para escolas.

Na década de 90 entraram em parceria com outras agencias, e passaram a fretar aviões para levar turistas até o aeroporto de Ilhéus,que fica a uma hora de ônibus de Porto Seguro.Em pouco tempo só os passageiros da cvc, estava ocupando quatro voos a cada fim de semana.

Até hoje mandam muitas pessoas para Porto Seguro,que acabou ganhando um bom aeroporto.Como as agencias fechavam as 18h Paulus achou que seria interessante abriragencias da cvc em shoppings, para atender um publico jovem e os que trabalhavam o dia todo. Porém não foi bem aceito pelo publico.

O shopping Plaza Sul,no bairro paulistano no jardim da saúde, foi o primeiro a acreditar na proposta, em parte.Pois ficavam na área de serviço junto com as lotéricas,mas com o tempo o quadro se reverteu, e começarama ser muito procurados. Hoje estãoem shoppings no Brasil todo em alguns com 2 lojas.Boa parte dos pontos que operam com a marca cvc,foi formada por ex funcionários. O primeiro caso foi em São José dos Campos:

Era uma loja, que a gerente vivia incomodando para contratar mais funcionários, então propôs Paulus a ela que comprasse o ponto, pagando apenas pelas instalações,e recebesse uma comissão sobre as vendas.Então ela demitiu todos os funcionários,e fez o trabalho todo sozinha por um tempo.Hoje ela é dona de uma cadeia de 40 lojas no Rio de Janeiro.

Na época da hiperinflação houve uma crise, pois vendia muito, mas a moeda se desvalorizava muito rápido, e ao mesmo tempo tinham muitas contas a pagar. Sorte de Pulus que os fornecedores eram muito flexível com ele, pois sempre aceitavam negociar as dividas.Entre 1999 e 2002,o dólar caiu bastante e o real se desvalorizou bruscamente em diversas ocasiões .

Os concorrentes que dependiam de viagens internacional, quebraram. A cvc resistiu porque nunca deixou se concentrar em um só segmento, pois mais rentável que fosse, mesmo nos melhores momentos do turismo internacional,as viagens nacionais chegavam em até 40% das vendas.Como um bom empreendedor Paulus não deixava passar nenhuma oportunidade.  Em 2007, A CVC comprou a Webjet e a expandi. Cinco anos depois, a Gol nos fez uma oferta pela Webjet.PaulusAceitou.

Foi um ótimo negócio. Em 2008, estavam sepreparando a abertura de capital na bolsa. No caminho, o fundo Carlyle propôs comprar parte da empresa por um valor considerável pelo qual Pulus se interessou. Hoje, Paulus tem 36% da CVC. Gostou da proposta de continuar participando da gestão como presidente do conselho. Continuouatento ao dia a dia do mercado e sugerindo melhorias. Agora, cumpre seu papel perpetuando a empresa que criou.